domingo, 22 de janeiro de 2012

A "cerveja nossa de cada dia" nos bares paulistas/paulistanos

             Cada região do Brasil tem predileção por uma marca. Diz-se, p.ex., que a Skol de tal lugar, em razão da água, ingredientes, forma de armazenamento, modo distribuição... é melhor que as demais e, por isso, mais consumida. Em Guarapari/ES, lembro que no início de 90 só se bebia Skin. Quem pedia Brahma era turista desavisado pq, para os locais, não prestava.
Aqui em São Paulo, nos idos de 75, ouvia - sem entender bulhufas - a discussão dos meus tios sobre os motivos que levavam um a gostar da Brahma e o outro a preferir Antarctica. Em certas ocasiões chegou a correr boato de que a Brahma havia “roubado” o cervejeiro da Antarctica. Parecia torcida de futebol... Mas diferença, hoje posso compreender, existia de fato.
Desde a incorporação da Antarctica pela Brahma, infelizmente, não se houve mais nas terras bandeirantes quem defenda uma das cervejarias mais tradicionais do Brasil. Resumindo: a Antárctica, em São Paulo, só é consumida se for vendida por preço menor do que as concorrentes. Igualou-se à Skin, Kaiser...

Em boteco de São Paulo a briga fica entre Brahma e Skol. Existe, é verdade, quem goste de Bohemia, Serramalte, Original... Mas, no geral, estas marcas nem chegam perto, até porque, normalmente, são um pouco mais caras que as duas principais.
Mas mesmo entre as duas, dependendo da fábrica, existe grande diferença.
Na capital, a distribuição tanto da Brahma como a Skol é restrita às fábricas de Jacareí (JC), Jaguariúna (JÁ), Rio de Janeiro (NR) e (eca) Guarulhos (GU). Em litrão, já vi de Sete Lagoas (NM).
A famosa “Brahma de Agudos” (veja a marca de fábrica – AG – ao lado do nº de lote e fabricação no rótulo) só se acha no interior, de Itu para cima (comprei algumas caixas para o final de ano em Campinas!). Os “caipiras” , nesse ponto, estão cansados de saber que a Brahma de Agudos é outra cerveja, pois a leveza característica a distingue infinitamente das demais.

Se pudesse graduar diria:
AG > JC > JA > NR > NM GU

No geral, a cerveja do paulistano é a Skol, seguida da Brahma. Contudo, a melhor cerveja (industrializada) de São Paulo, preferida em todo o resto do Estado, é a Brahma de Agudos.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Baltika nº 5 (Lager Premium).

Segundo o sítio da fabricante (www.baltika.ru), existem nove Baltikas diferentes (na página, pula-se justamente a nº 5, sei lá porque):
№ 0 Non-alcoholic beer
№ 2 Pale
№ 3 Classic
№ 4 Original
№ 6 Porter
№ 7 Export
№ 8 Wheat beer
Nine Extra
A nº5 é “uma lager saborosa produzida com malte caramelo e claro, levemente doce devido a açúcares não-fermentados. Coloração dourada atraente, amargor balanceado”.
Trata-se de uma Russian beer (St Petersburg) puro malte. Esta é uma informação relevante mesmo para quem, como eu, não sabe identificar nuances delicados de uma cerveja. A puro malte se diferencia logo ao ser despejada no copo em razão de sua coloração dourada (isso não significa que toda cerveja dourada seja composta exclusivamente por cereais malteados).
Tal característica, pelo que me recordo, é encontrada, entre as nacionais, apenas na extinta Brahma Beer e a ignorada Bavaria Premium. Todas as demais, até mesmo a boa e dourada Serramalte, é composta também por cereais não malteados.
Na Alemanha, onde a cerveja é considerada produto nacional, algumas de nossas cervejas sequer poderiam assim ser denominadas em razão de existir legislação sobre ingredientes e modos de produção do "produto nacional".
Como leigo no idioma de Lenin, a única coisa que posso afirmar, sem muita segurança, é que não há referência na embalagem aos tais “cereais não malteados”.
De qualquer modo, achei a Baltika nº 5 uma lager gostosa, leve...
Mr. Calvus achou enjoativa, o que o impediria de beber mais do que quatro ou cinco garrafas (500ml)...
Pagando, em uma promoção, pouco mais de dez reais por garrafa, acho que vai demorar para comprar a quantidade necessária para tirar a teima do nobre colega glutão.
Umas duas ou três, pelo menos, vale a pena levar para casa e tomar com algum petisco.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

scintilla creatio

A "fagulha criativa" deste blog ocorreu, como não poderia deixar de ser, em uma degustação. Dividindo, nos primeiros dias de 2012, uma “Weihenstephaner Vitus” com o companheiro Mr. Calvus, surpreendemo-nos com a textura diferenciada.
Após elencarmos algumas das qualidades diferenciadas da bebida apreciada, tivemos o receio de não lembrar seu nome  na próxima compra. Foi daí que surgiu a ideia de um blog registrando as marcas degustadas e  suas principais características, sempre sob a ótica dos leigos, isto é, aqueles que apenas bebem cerveja.
Talvez, um dia, posso até participar de um curso de degustação para adquirir os termos técnicos necessários à transmissão escrita de todas as sensações degustativas, olfativas... Por ora, a impressão que será divulgada é aquela passada aos amigos nos botecos da vida: a espuma é densa, o sabor é amargo...